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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Histórias:Sherlock Holmes


O “verdadeiro” Sherlock Holmes não era um sabe-tudo pernóstico e empertigado. Tinha vícios, manias e obsessões. É hora de uma nova versão do maior dos detetives – simultaneamente mais fiel ao original e mais contemporâneo. Um bad boy como Robert Downey Jr. Quem assistiu às versões cinematográficas mais populares de Sherlock Holmes, jamais imaginaria que nos livros ele era um cheirador contumaz; um briguento, frequentador das maiores bocas de Londres; um ignorante irreprimível, que desprezava arte, política e toda ciência que não auxiliasse sua investigação.

  O autor
No começo, Arthur Conan Doyle, que ainda não era sir, fixou residência em Southsea (Porthsmouth - Inglaterra) depois de sair da faculdade de medicina. O negócio da medicina não ia lá muito bem. Dessa maneira, Arthur começou a escrever histórias enquanto esperava os pacientes, e assim acabou criando Sherlock Holmes.
O investigador mais famoso do mundo foi inspirado em um professor de diagnóstico que Arthur tivera na Universidade de Edimburgo, Joseph Bell, cujo talento em observação e dedução impressionou o jovem doutor. Bell não chegava a conclusões apenas dentro do campo médico, mas, também formulava hipóteses (em sua maioria corretas) a respeito do caráter e comportamento de seus pacientes.
Muitos fãs alegam que Doyle deixou uma vasta coleção de pistas em suas obras, a respeito de seu verdadeiro pensamentos sobre a sociedade da época e, mesmo sobre o espiritismo – ao qual recorreu após a morte de boa parte da sua família - e o ocultismo. Caras como Samuel Rosenberg, autor de Naked is the Best Disguise: The Death and Resurrection of Sherlock Holmes (1974), já encontraram metáforas nas histórias do Sherlock que remetem a Frankenstein, Jesus, Nietszche, Dionísio, Sócrates e Ulisses. Já Pierre Bayard, autor de Como Falar dos Livros que Não Lemos (2008), tentou provar por A+B em Sherlock Holmes Was Wrong: Reopening the Case of the Hound of the Baskervilles, que o famoso detetive estava errado no caso do Cão do Baskerville.


Coisas não tão elementares sobre Sherlock Holmes
- A famosa frase: “Elementar, meu caro Watson”, na verdade, nunca foi dita por Holmes. Foi o ator e diretor William Gillette (1853-1937) que a difundiu quando interpretou o detetive em peça homônima, em 1989.
- Sherlock Holmes não foi adaptado apenas para o teatro, o personagem protagonizou 15 filmes, 5 séries de TV e uma infinidade de programas de rádio (principalmente na Europa).
- O britânico Basil Rathbone foi um dos primeiros atores a personificar Holmes no cinema, na década de 40. Seu sucessor mais bem-sucedido, até agora, foi o compatriota Jeremy Brett, que encarnou o detetive na década de 80, principalmente, em séries de TV. Consideradas canônicas, ou seja, válidas para a cronologia e história oficial o personagem, quatro romances e 56 histórias curtas (contos) escritas por Arthur Conan Doyle.
- Porém, mesmo dentro daquilo considerado oficial, as informações mostradas por Arthur nas publicações são, algumas vezes, contraditórias. Existem diversas discussões a cerca dos temas, sendo as principais delas referentes: a origem da relação entre Holmes e seu arqui-inimigo Professor Moriarty; o que realmente aconteceu durante o “Grande Hiato”, tempo que Doyle ficou sem publicar as histórias do detetive (1917 a 1921), dado como morto em “O Problema Final”, momento este que corresponde dentro da história do personagem ao período dos anos de 1891 a 1894; ao matrimônio (ou não) do Dr. Watson; e até mesmo a que se refere o “H” do, sempre abreviado, ao nome do personagem John H. Watson.
- Até mesmo a Rússia tinha sua versão de Sherlock, na década de 70, o ator Vasily Borisovich Livano interpretou o investigador em mais de 10 filmes, entre a foice, o martelo e o cachimbo.
- No final do século 19, algumas drogas não eram proibidas como são hoje. Dessa maneira, Holmes fazia abertamente uso de cocaína e morfina, tirando claro, o tabaco. Que, por incrível que pareça, era mais consumido em suas histórias na forma de cigarro ou charutos do que no tradicional cachimbo.
- Embora muita gente não saiba, Sherlock tem um irmão mais velho, Mycroft, que trabalha para o governo britânico e, segundo o próprio Holmes: “é mais brilhante e tem um senso de dedução e observação muitas vezes superior ao seu”.
- Sherlock também fez algumas pontas, nos quadrinhos. Teve sua própria tira diária em um jornal inglês na década de 50 e uma edição da sua própria revista em quadrinhos, lançada em setembro de 1975, pela DC Comics. Além disso, o detetive já apareceu como personagem na primeira história da Liga Extraordinária, de Alan Moore, e na edição #11 de Planetary, de Warren Ellis. Holmes já fez, até mesmo, um pequeno “crossover” com o Batman, na edição de aniversário de 50 anos da Detective Comics.
- Alguns dos investigadores fictícios mais famosos do mundo, nasceram na mesma época que Holmes. Mas, de todos os detetives criados no finalzinho do século 19, como Àrsene Lupin e Kogoro Akechi, apenas Sherlock atingiu popularidade em escala mundial.

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